BIOEQUIVALÊNCIA DE GLICOCORTICÓIDES TÓPICOS: ANÁLISE DA EVOLUÇÃO REGULATÓRIA NO CONTEXTO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.63026/acertte.v5i4.229Palavras-chave:
Glicocorticóides. Bioequivalência. Legislação. Vasoconstrição. ANVISA.Resumo
Os glicocorticóides tópicos são amplamente utilizados na dermatologia para tratar diversas condições cutâneas, devido às suas propriedades anti-inflamatórias, imunossupressoras e vasoconstritoras. A comprovação da bioequivalência desses medicamentos é essencial para garantir que as formulações genéricas e similares apresentem a mesma eficácia e segurança dos produtos de referência. O estudo de vasoconstrição (EVC), utilizado para avaliar a resposta farmacodinâmica desses medicamentos, tem sido adotado como método padrão para a regulamentação desses fármacos. O objetivo do trabalho foi analisar o progresso das diretrizes regulatórias previstas no Brasil até o momento atual, a partir de uma revisão de literatura narrativa. A legislação brasileira sobre bioequivalência tópica passou por mudanças significativas nos últimos anos, especialmente com a publicação das RDCs nº 742/2022 e nº 931/2024, que estabeleceram critérios mais rigorosos para a avaliação de glicocorticóides tópicos. As novas diretrizes exigem a realização de estudos in vivo para comprovação da equivalência terapêutica, alinhando-se às práticas regulatórias internacionais, como as adotadas pelo FDA e EMA. Este estudo analisa a evolução da legislação brasileira referente à bioequivalência de glicocorticóides tópicos, discutindo os impactos das mudanças regulatórias e os desafios enfrentados pela indústria farmacêutica na adaptação às novas exigências. Além disso, explora a importância da harmonização das normas internacionais dos critérios regulatórios e das metodologias empregadas nos estudos de bioequivalência, visando garantir maior segurança e eficácia dos medicamentos disponíveis no mercado.
Downloads
Referências
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução normativa - IN Nº 327, de 9 de outubro de 2024. Dispõe sobre o estudo farmacodinâmico para comprovação da bioequivalência de corticoides tópicos dermatológicos, nos termos da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 742, de 10 de agosto de 2022. Diário Oficial da União, 2022.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 16, de 2 de março de 2007. Aprova o regulamento técnico para Medicamentos Genéricos. Diário Oficial da União, 2007.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 31, de 11 de agosto de 2012. Dispõe sobre a realização dos estudos de equivalência farmacêutica e de perfil de dissolução comparativo. Diário Oficial da União, 2012.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 37, de 3 de agosto de 2011. Dispõe sobre o Guia para isenção e substituição de estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência. Diário Oficial da União, 2011.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Perguntas e respostas relacionadas a resolução RDC nº 73, de 7 de abril de 2016 que dispõe sobre mudanças pós-registro, cancelamento de registro de medicamentos com princípios ativos sintéticos e semissintéticos e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2016.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC nº 742, de 10 de agosto de 2022. Dispõe sobre os critérios para a condução de estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência (BD/BE) e estudos farmacocinéticos. Diário Oficial da União, 2022.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 942, de 19 de novembro de 2024. Altera a RDC nº 742 de 10 de agosto de 2022. Diário Oficial da União, 2024.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 931, de 9 de outubro de 2024. Altera a RDC nº 742 de 10 de agosto de 2022. Diário Oficial da União, 2024.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC 749, de 5 de setembro de 2022. Dispõe sobre isenção de estudos de bioequivalência /biodisponibilidade relativa. Diário Oficial da União, 2022.
BOIX-MONTANES, A. Relevance of equivalence assessment of topical products based on the dermatopharmacokinetics approach. European Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 42, n. 3, p. 173 - 179, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ejps.2010.11.003
CAVALCANTI, I. M. F. S. D. Bioequivalência tópica de formulações contendo glicocorticoides: avaliação dermatofarmacodinâmica x dermatofarmacocinética (DPK). Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.
CHABASSOL, A.; GREEN, P. Topical Corticosteroid Therapy: What You Need to Know. The Canadian Journal of Diagnosis, v. 2, n. 2, p. 61 - 63, 2012.
CHANG, R. K.; RAW, A.; LIONBERGER, R.; YU, L. Generic Development of Topical Dermatologic Products: Formulation Development, Process Development, and Testing of Topical Dermatologic Products. Journal of the American Association of Pharmaceutical Scientists, v. 15, n. 1, p. 41 - 52, 2012. DOI: https://doi.org/10.1208/s12248-012-9411-0
COSTA, A. D.; MACHADO, S.; SELORES, M. Corticóides tópicos Considerações sobre a sua aplicação na patologia cutânea. Rev Port Clin Geral. 2005.
EMA. Draft guideline on quality and equivalence of topical products. 18 october 2018.
FDA. Guidance for Industry: Topical Dermatologic Corticosteroids: in vivo bioequivalence. 2 June 1995.
FDA. Guidance for Industry: Topical Dermatologic Corticosteroids: in vivo bioequivalence. 24 october 2023.
FISHER, A. C.; LEE. S. L.; HARRIS, D. P.; BUHSE. L.;KOZLOWSKI. S.; YU. L.; KOPCHA, M.; WOODCOCK, J. Advancing pharmaceutical quality: An overview of science and research in the U.S. FDA’s Office of Pharmaceutical Quality. International Journal of Pharmaceutics, v. 515, n. 1, p. 390 - 402, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijpharm.2016.10.038
LEAL, L. B. et al. Bioequivalence Methodologies for Topical Drug Products: In Vitro and Ex Vivo Studies with a Corticosteroid and an Anti-Fungal Drug. Pharmaceutical Research. v. 34, n. 4, p. 730 - 737, 2017a. DOI: https://doi.org/10.1007/s11095-017-2099-1
LEAL, L. B. et al. Registro de medicamentos genéricos tópicos dermatológicos: cenário brasileiro e estudos para demonstração de bioequivalência. Vigilância sanitária debate, v. 5, n. 2, p. 3 -12, 2017b. DOI: https://doi.org/10.22239/2317-269x.00814
LEOPOLD, C. S. Phamacokinetic analysis of the FDA guidance for industry: “Topical dermatologic corticosteroids: in vivo bioequivalence”. Eur J Pharm Biopharm. 2003 DOI: https://doi.org/10.1016/S0939-6411(03)00045-6
MCKENZIE, A. W.; STOUGHTON, R. B. Method of comparing percutaneous absorption of steroids. Archives of Dermatology, v. 86, p. 608 - 10, 1962. DOI: https://doi.org/10.1001/archderm.1962.01590110044005
OZDIN, D; SHARMA, N; ZILBERMANN, J. L.; COLUCCI, P; KANFER, I; DUCHARME, M. P. Revisiting FDA's 1995 Guidance on Bioequivalence Establishment of Topical Dermatologic Corticosteroids: New Research Based Recommendations. 2018. J Pharm Pharm Sci. DOI: https://doi.org/10.18433/jpps30021
SOARES, K. C. C.; MORAES, M. V.; GELFUSO, G. M.; GRATIERI, T. Bioequivalência de medicamentos tópicos dermatológicos: o cenário brasileiro e os desafios para a vigilância sanitária. 2015. Ciência & Saúde Coletiva, [S.L.], v. 20, n. 11, p. 3599-3608. FapUNIFESP. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320152011.01082015
VETCHÝ, D.; FRÝBORTOVÁ, K.; RABIŠKOVÁ, M.; DANECKOVÁ, H. Bioequivalence studies of pharmaceutical preparations. 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2025 REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos/resenhas/TCCs publicados pertecem à revista ACERTTE, e seguem o padrão Creative Commons (CC BY 4.0), permitindo a cópia ou reprodução, desde que cite a fonte e respeite os direitos dos autores e contenham menção aos mesmos nos créditos. Toda e qualquer obra publicada na revista, seu conteúdo é de responsabilidade dos autores, cabendo a ACERTTE apenas ser o veículo de divulgação, seguindo os padrões nacionais e internacionais de publicação.