A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO E SEUS OBJETOS

Resumo

Trata-se de manuscrito que discute se há apenas uma divergência semântica ou terminológica dos conceitos de educação e pedagogia, por vezes usados (de maneira arbitrária) como sinônimos, provocada por uma visão praxista da educação, em que se sobrevaloriza o fazer pedagógico em detrimento do seu caráter científico do estudo do fenômeno educativo. Propõe a reflexão sobre a divergência na flexão da palavra “ciência”, no singular ou no plural, que implicará na aceitação – ou não – da multiplicidade de objetos da educação como ciência. Por fim, a partir da proposta kelseniana de uma ciência jurídica “pura”, sem interferência, o manuscrito pretende provocar a inquietação para uma falaciosa tentativa de apresentar a ciência da educação isolada, sem interferência das flutuações dos saberes pedagógicos. O objeto da ciência da educação é o ponto de partida e chegada desta reflexão, compreendendo que a intervenção de outras ciências na investigação do seu objeto de estudo corrobora para a compreensão e identificação de maneira positiva, em que tais flutuações exigem, apenas, um rigor metodológico no processo de investigação para evitar uma contaminação do resultado do processo investigativo. Conclui-se que sustentar o contrário implicaria em advogar por uma ciência da educação pura, em que seu objeto, assim como pretende Hans Kelsen para o direito, deve estar livre de outros elementos que ao invés de contribuírem para o resultado, contamina-o.