CRISE DOS MODELOS PRODUTIVOS E A EMERGÊNCIA DE NOVOS PARADIGMAS NO MUNDO DO TRABALHO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.63026/acertte.v5i4.231

Palavras-chave:

Trabalho. Paradigma. Produção Flexível. Fordismo. Taylorismo. Inovação.

Resumo

Este artigo analisa a transformação do trabalho à luz das mudanças nos paradigmas técnico-produtivos, com ênfase na transição de modelos rígidos de produção – como o taylorismo e o fordismo – para formas organizacionais mais flexíveis, integradas e dinâmicas. Parte-se da premissa de que o trabalho é um objeto sociológico central, especialmente num cenário em que as incertezas tecnológicas, econômicas e sociais colocam em xeque as concepções clássicas de produtividade, qualificação e organização do trabalho. O texto se apoia nas contribuições de autores como Kuhn, Morin, Weber e Rifkin para discutir a inadequação dos antigos paradigmas diante das transformações provocadas pela automação, pela cibernética e pelas mudanças nas exigências do mercado. Ao invés de uma ruptura total com o passado, observa-se uma reconfiguração gradual das práticas produtivas e da formação do trabalhador, com valorização da competência, autonomia e capacidade de adaptação. Embora o paradigma flexível ainda careça de maior consolidação teórica e empírica, seu avanço evidencia a necessidade de rever as bases sobre as quais se organizam as relações de trabalho, a gestão e a formação profissional. O estudo sugere que estamos em um momento de transição paradigmática, em que modelos coexistem e se tensionam, sem que se possa afirmar o completo esgotamento das formas anteriores. A análise propõe, portanto, uma abordagem crítica e aberta à complexidade da realidade produtiva contemporânea.

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Biografia do Autor

Marcia Mello Costa De Liberal, Universidade Federal de São Paulo

Docente Associada do Departamento de Economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora/orientadora no Programa de Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (PROFIAP–Unifesp). Doutora em Sociologia Econômica e das Organizações pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG–ULisboa, 2001). Mestre em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1996). Graduada em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 1991). Atua nas áreas de Sociologia Econômica, Administração Pública, Políticas Públicas e Economia do Trabalho.

José Maria Carvalho Ferreira, Universidade de Lisboa, ISEG

Professor Catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, onde também presidiu o centro de pesquisa SOCIUS até 2012. Doutor em Ciências Econômicas pela Université de Paris X, Nanterre (1984), com mestrado na mesma instituição (1982) e graduações em Economia Política (Université de Paris VIII, 1974) e em Economia (ISCTE, 1979). Atua nas áreas de Sociologia Econômica, Economia Social, Terceiro Setor, Sociologia das Organizações e do Trabalho, com foco em TICs, e Psicossociologia Organizacional.

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Publicado

25/04/2025

Como Citar

De Liberal, M. M. C., & Ferreira, J. M. C. (2025). CRISE DOS MODELOS PRODUTIVOS E A EMERGÊNCIA DE NOVOS PARADIGMAS NO MUNDO DO TRABALHO. REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928, 5(4), e54231 . https://doi.org/10.63026/acertte.v5i4.231