A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA DE 2014 PELA ÓTICA CEPALINA

Resumo

Historicamente, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) dedica-se ao estudo e à formulação de políticas para o desenvolvimento econômico e social da região latino-americana. O estudo em questão objetiva analisar como a crise brasileira de 2014 pode ser interpretada sob a ótica do pensamento cepalino. Inicialmente, identifica-se o método histórico-estruturalista latino-americano, focado na relação centro-periferia, e examinam-se os três planos analíticos derivados desse método: o problema da inserção internacional periférica, os obstáculos dos condicionantes estruturais internos ao crescimento e o papel do planejamento estatal no desenvolvimento. Posteriormente, apresentam-se os resultados da pesquisa sobre a crise econômica brasileira de 2014, enfatizando o contexto histórico em que se inseriu e destacando o panorama econômico nacional e internacional das primeiras duas décadas do século XXI. Por fim, demonstra-se um estudo que articula os planos analíticos cepalinos à crise de 2014, por um levantamento bibliográfico de trabalhos que abordaram a crise e da verificação da relação desta com as dificuldades apontadas pelo método histórico-estruturalista. Conclui-se que o pensamento cepalino oferece insights importantes para entender as mudanças e permanências estruturais nas quais a crise se inseriu. Contudo, observa-se a emergência de novos elementos, como a globalização financeira e o rearranjo das cadeias globais de valor, que modificam a dinâmica de elementos-chave do pensamento cepalino na compreensão da relação centro-periferia, realçando as novas formas de vulnerabilidade externa.