APLICAÇÃO DA TEORIA DOS VALORES EXTREMOS NA ANÁLISE DE TEMPERATURA MÁXIMA EM SÃO PAULO (SP)
DOI:
https://doi.org/10.63026/acertte.v5i11.287Palavras-chave:
Teoria dos Valores Extremos (TVE). Distribuição Generalizada dos Valores Extremos (GEV). Gumbel. Ondas de calor.Resumo
O presente estudo aplicou a Teoria dos Valores Extremos (TVE) na análise das temperaturas máximas observadas na cidade de São Paulo (SP), visando identificar e caracterizar eventos de calor extremo. Foram utilizadas séries históricas diárias do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) referentes ao período de 1990 a 2024, considerando apenas os meses mais quentes do ano. Após o tratamento dos dados, os valores máximos mensais foram extraídos e ajustados à Distribuição Generalizada de Valores Extremos (GEV) por meio do método da Máxima Verossimilhança (MV). A estimativa dos parâmetros indicou valor de forma próximo de zero (ξ = −0,1378 ± 0,1246), caracterizando a distribuição de Gumbel como a mais adequada para representar os máximos sazonais. O gráfico QQ-plot demonstrou bom ajuste do modelo até cerca de 35°C, enquanto os níveis de retorno estimados apontaram temperaturas de 36°C, 36,8°C e 37,6°C para períodos de 5, 10 e 20 anos, respectivamente. O recorde de calor na cidade de São Paulo poderá se repetir em aproximadamente 22 anos. Os resultados indicam que valores acima do limiar adotado pelo INMET para definir ondas de calor devem ocorrer ao menos uma vez nos próximos cinco anos, evidenciando tendência de aquecimento gradual na série histórica. A metodologia mostrou-se eficiente na quantificação do risco de novos recordes térmicos e reforça o potencial da TVE como ferramenta de apoio ao planejamento e à adaptação aos efeitos das ondas de calor severas.
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