INFLUÊNCIA DA AGRICULTURA DO SECTOR FAMILIAR NA DEGRADAÇÃO DAS FLORESTAS RIBEIRINHAS EM UNANGO, NORTE DE MOÇAMBIQUE

Autores

  • Júnior Atumane Braimo Universidade Lúrio – Faculdade de Ciências Agrárias
  • Dalmildo Agostinho Máquina Universidade Lúrio – UniLúrio Business School
  • Belo Albino Malei Instituto Agrário de Bilibiza, Moçambique
  • Wilson Charles Madunga Instituto Agrário de Balama, Moçambique
  • Adérito Jeremias Vicente da Silva Universidade Lúrio – Faculdade de Ciências Agrarias
  • Gino Augusto Basílio Instituto Industrial de Computação Armando Emílio Guebuza
  • Gabriel Virtudes Cristiano Lipangate Instituto Agrário de Balama, Moçambique
  • Cláudio Dede Faustino João Universidade Zambeze – Faculdade de Ciências Agrarias
  • Daniel Pedro José Universidade Rovuma, Faculdade de Ciências Alimentares e Agrárias, Moçambique
  • Edson José Martinho Universidade Lúrio – UniLúrio Business School

DOI:

https://doi.org/10.63026/acertte.v5i5.217

Palavras-chave:

Comunidade. Degradação florestal. Agricultura familiar. Floresta ribeirinha.

Resumo

Florestas ribeirinhas são formações vegetais ocorrentes ao longo de cursos de água e no entorno de nascentes. Este estudo teve como objectivo de avaliar a influências das actividades agrícolas praticadas no sector familiar na degradação das florestas ribeirinhas no Posto Administrativo de Unango. Para tal foi feito um inventário florístico ao longo dos rios e uma área com menor degradação como Controlo numa parcela de 50x100 metros. Foi também realizado inquérito por questionário para se ter reflexões sobre as práticas agrícolas ao longo dos cursos de água. Resultados mostram que as florestas ribeirinhas são caracterizadas por um número de espécies muito reduzido, as famílias Fabáceae, Combretaceae e Euphorbiaceae são as que apresentam maior número de espécies. Em todas áreas são dominadas por espécies de género Uapaca, Brachystegia, Annona e Cussonia mostrando maiores valores em temos de cobertura e índice de valor de Importância. Em termos de valores de diversidade e similaridade os resultados mostram diferenças significativas entre área controlo e as com maior degradação (Lucheringo e Luculece), mas em termos de equitabilidade foi ampla para todas áreas. Em Unango, cerca de 67,6 % das famílias recorrem as áreas ribeirinhas para produção agrícola, com práticas não conservacionistas em cerca de 90 % dos agricultores. Os produtos florestais mais extraídos são a lenha e capim. Assim sedo, é necessário que se promova práticas alternativas de subsistência, programas coordenados do governo e da sociedade em geral que deverão envolver acções educacionais que focalizem a conservação dos ecossistemas locais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júnior Atumane Braimo, Universidade Lúrio – Faculdade de Ciências Agrárias

Engenheiro Florestal pela Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Niassa, Moçambique.

Dalmildo Agostinho Máquina, Universidade Lúrio – UniLúrio Business School

Engenheiro Florestal; Mestrando em Agronegócio; Docente da Universidade Rovuma, Faculdade de Ciências Alimentares e Agrárias, Moçambique.

Belo Albino Malei, Instituto Agrário de Bilibiza, Moçambique

Mestrado em Biodiversidade e Conservação pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano; Director Adjunto do Instituto Agrário de Bilibiza, Moçambique.

Wilson Charles Madunga, Instituto Agrário de Balama, Moçambique

Mestrando em Educação Ambiental e sustentabilidade Instituto Superior Dom Bosco. Director do Instituto Agrário de Balama, Moçambique.

Adérito Jeremias Vicente da Silva, Universidade Lúrio – Faculdade de Ciências Agrarias

Engenheiro Florestal; Mestrando em Desenvolvimento Rural Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias. Direcção Nacional de Promoção da Agricultura Comercial – Departamento de Insumos Agrários, Moçambique. 

Gino Augusto Basílio, Instituto Industrial de Computação Armando Emílio Guebuza

Mestrando em Educação Ambiental e Sustentabilidade Instituto Superior Dom Bosco. Director do Instituto Industrial de Computação Armando Emílio Guebuza, Moçambique.

Gabriel Virtudes Cristiano Lipangate, Instituto Agrário de Balama, Moçambique

Mestrando em Educação Ambiental e Sustentabilidade Instituto Superior Dom Bosco. Director Adjunto do Instituto Agrário de Balama, Moçambique.

Cláudio Dede Faustino João, Universidade Zambeze – Faculdade de Ciências Agrarias

Engenheiro Agropecuário pela Universidade Zambeze. Formador do Instituto Agrário de Bilibiza, Cabo Delgado em Moçambique. 

Daniel Pedro José, Universidade Rovuma, Faculdade de Ciências Alimentares e Agrárias, Moçambique

Mestrado em Agronegócio; Docente da Universidade Rovuma, Faculdade de Ciências Alimentares e Agrárias, Moçambique.

Edson José Martinho, Universidade Lúrio – UniLúrio Business School

Mestrando em Agronegócio pela Universidade Lúrio – UniLúrio Business School, Moçambique

Referências

ANDICENE, D. P. Estimativa da biomassa florestal e estoque de carbono acima do solo nas florestas de Miombo no Monte Unango. 2015. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Niassa, 2015.

ANDREOLI, C. V.; ANDREOLI, F. D. N.; PICCININI, C.; SANCHES, A. L. Biodiversidade: a importância da preservação ambiental para manutenção da riqueza e equilíbrio dos ecossistemas. Rio de Janeiro: s.n., 2012. 22 p.

ARAÚJO, M. M. Vegetação e mecanismo de regeneração em fragmento de floresta estacional decidual ripária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Brasil, 2011.

BERTANI, D. F. et al. Análise temporal da heterogeneidade florística e estrutural em uma floresta ribeirinha. Revista Brasileira, São Paulo, v. 24, p. 11, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042001000100002

CARVALHO, D. N. N.; SOARES, J. J. Distribuição de espécies arbóreo-arbustivas ao longo de um gradiente de solos e topografia em um trecho de floresta ripária do rio São Francisco em Três Marias, MG, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 28, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042005000200013

CERQUEIRA, A.; CARVALHO, Á. Recomposição florestal de matas ciliares. 3. ed. Bahia: Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, 2007. 44 p.

CHAZDON, R. Regeneração de florestas tropicais. Trad. Horácio Higuchi. Belém: Toby Gardner, 2012. (Vol. 7). DOI: https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v7i3.587

DAUDE, I. A. Estrutura e diversidade da componente arbórea do arboreto na encosta sul do Monte Unango no distrito de Sanga. 2015. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Niassa, 2015.

FILIPE, C. M. Mudança na composição de espécies na região do corredor de Beira. 2008. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Maputo, 2008.

GIL, A. Métodos de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GUEDES, B. S. Caracterização silvicultural e comparação das reservas florestais de Maronga, Moribane e Zomba – Província de Manica. 2004. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Maputo, 2004.

KUPFER, J. Spacial dynamic of succession in shifting cultivation. Belize: Lamial Research Centre, 2000.

LAMPRECHT, H. Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas espécies arbóreas. República Federal da Alemanha, 1990.

MAGURRAN, A. E. Measuring biological diversity. Australia: Blackwell Publishing, 2004. 261 p.

MÁQUINA, D. A. et al. Participação das comunidades locais na gestão de queimadas descontroladas no distrito de Chiúre, norte de Moçambique. Ciências Agrárias, v. 28, n. 138, set. 2024. DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409121012. DOI: https://doi.org/10.69849/revistaft/ch10202409121012

MÁQUINA, D. A. et al. Importância das florestas locais para as comunidades do distrito de Chiúre, norte de Moçambique. Ciências Agrárias, v. 28, n. 138, set. 2024. DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409120843. DOI: https://doi.org/10.69849/revistaft/ch10202409120843

MÁRIO, A. M. Avaliação da estrutura fitossociológica dos ecossistemas de dambos na Reserva de Niassa. 2015. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Niassa, 2015.

MARZOLI, A. Inventário florestal nacional: avaliação integrada de florestas em Moçambique. Maputo: Ministério da Agricultura, Direcção Nacional de Terras e Florestas, 2007.

MASSUANGANHE, G. A. Avaliação da diversidade de espécies vegetais na região costeira do Posto Administrativo da Praia do Bilene. 2013. Dissertação (Mestrado em Silvicultura Florestal) – Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Maputo, 2013.

MENESES, O. M. Estimativa de variação de stock de carbono em florestas de Miombo. 2014. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias, Niassa, 2014.

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL – MAE. Perfil do distrito de Sanga. Maputo: Ministério da Administração Estatal, 2014.

MUHATE, A. B. Estudo da composição e estrutura arbórea ao longo de um gradiente altitudinal na Reserva Florestal de Moribane. 2004. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Maputo, 2004.

NEMANE, M. Caracterização silvicultural da floresta de galeria na Reserva Florestal de Mecuburi. 2002. Trabalho de Licenciatura (Engenharia Florestal) – Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Maputo, 2002.

NHANTUMBO, I. Direitos das comunidades: realidade ou retórica. Maputo: Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia – DNFFB, 2002. 66 p.

OLIVEIRA, T. J. Técnicas para recuperação de mata ciliar do rio Paraíba do Sul, na região noroeste fluminense. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologias Agropecuárias) – Universidade Estadual do Norte Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil, 2014.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA – FAO. Global forest resources assessment – main report, FAO forest paper 163. Rome: s.n., 2010. 341 p.

ROSA, C.; CHAVES, D.; VALIANGO, M. A degradação ambiental dos ecossistemas brasileiros: biodiversidade x funcionamento dos ecossistemas – histórico, padrões e tendências no Brasil e no mundo. In: Lixo e Impactos Ambientais Perceptíveis no Ecossistema Urbano, 18 jun. 2015. p. 5.

SILVA, M. M.; GANADE, G. M. S.; BACKES, A. Regeneração natural em um remanescente de floresta ombrófila mista, na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. São Paulo: s.n., 2010. 20 p.

SILVA, R. K. S. Fitossociologia do componente arbóreo em áreas ciliares e de nascentes de um fragmento de floresta ombrófila densa de terras baixas, em Sirinhaém, Pernambuco. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Pernambuco, Brasil, 2009.

SITOE, A.; SALOMÃO, A.; WERTZ-KANOUNNIKOFF, S. O contexto de REDD+ em Moçambique: causas, atores e instituições. Publicação Ocasional 76, CIFOR. Maputo: Center for International Forestry Research, 2012. 74 p.

SITOE, A. A. Governação florestal em Niassa: o caso de Muembe, Sanga, Lago e Cuamba. 13 jan. 2009. 65 p.

SOUZA, P. B. Diversidade florística e atributos pedológicos ao longo de uma encosta com floresta estacional semidecidual submontana, zona de amortecimento do Parque Estadual do Rio Doce. 2008. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil, 2008.

Publicado

28/05/2025

Como Citar

Braimo, J. A., Máquina, D. A., Malei, B. A., Madunga, W. C., Silva, A. J. V. da, Basílio, G. A., … Martinho, E. J. (2025). INFLUÊNCIA DA AGRICULTURA DO SECTOR FAMILIAR NA DEGRADAÇÃO DAS FLORESTAS RIBEIRINHAS EM UNANGO, NORTE DE MOÇAMBIQUE. REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928, 5(5), e55217. https://doi.org/10.63026/acertte.v5i5.217